Os navios

Uma das maiores inovações navais do século XX foi o uso de submarinos. Tais embarcações colocaram em xeque os grandes e pesados encouraçados, pois exporam a sua mais alta vulnerabilidade, a lentidão e a baixa manobrabilidade. A ameaça dos submarinos só aumentou durante a primeira guerra mundial, onde a Alemanha acabou por comissionar os U-boats, submarinos versáteis e rápidos, que quando submergidos, era praticamente impossível os ver. Esse perigo aumentou, do lado do triplice entente, o emprego de navios mais leves e rápidos, que mostravam eficiência ao caçar os submarinos: os destróieres.

No final do entre-guerras, conforme aumentavam as tensões na Europa, os EUA buscavam expandir mais suas forças armadas. Visto que a maioria dos tratados navais já haviam sido quebrados, grandes planos foram concebidos e a busca por novas contramedidas para as armas do inimigo foi aumentada.  

A proposta das lanchas caça-submarino surgiram a partir do aumento significativo da produção de U-boats e o perigo que eles começaram a representar para os comboios mercantes de suprimento de recursos para a guerra. 

Essas embarcações era não muito grandes, com deslocamento de aproximadamente 100 a 300 toneladas, armamentos de superfície geralmente de calibre 76mm, e armamento antiaéreo geralmente consistindo nos canhões Oerlikons 20mm e Bofors 40mm. 

O foco era o emprego de armamento anti-submarino. As embarcações eram equipadas com diversos tipos de equipamentos para combate anti-submarino, tais como morteiros "Hedgehog", calhas e lançadores de carga de profundidade. 

Características

Os caça submarinos, ou como chamados pela marinha dos EUA, Submarine Chasers (SC), durante a primeira guerra, assemelhavam-se muito a embarcações pesqueiras civis. Eram simples e pequenas, com um comprimento de aproximadamente 34m e um deslocamento de 85 toneladas a plena carga. A primeira classe desses navios foi a classe SC-1, dos EUA, comissionados entre 1917 e 1920. Eram equipados com armamentos de 76mm (com o armamento de popa geralmente sendo substituído por um lançador de cargas de profundidade) e mais duas metralhadoras Colt 7mm.
Eram, também, equipados com hidrofones, os tubos K tipo peixe com um alcance de 56 km ou tubos SC e MB com 9,3 km de alcance.

Em 1940 foram lançados novos caça submarinos experimentais dos EUA, PC (Patrol Craft) 451 e 452, e com base nestes, em 1941, foi introduzida a famosa classe PC-461, e também a classe SC-497, baseados no caça-submarino experimental SC-453. Constituída por 343 navios construídos em 13 estaleiros diferentes nos EUA, a classe PC-461 foi operada por 22 diferentes marinhas, incluindo a do Brasil, que recebeu os navios da classe PC-461 em 1942, denominados "classe G" e apelidados de "Caça-Ferro". Já os SC-497 eram navios menores e que mais se assemelhavam com navios patrulha da Primeira Guerra Mundial. O armamento inicial da classe SC-497 eram canhões de 3" (76mm) na proa, duas metralhadoras browning .50 e cargas de profundidade K (K-guns). Posteriormente os canhões de 3 polegadas seriam substituidos por um canhão Bofors 40mm e as metralhadoras browning, por Oerlikons 20mm. 

Os caça submarinos brasileiros

A entrega da classe G de caça submarinos foi parte do programa "Lend-Lease" dos EUA, que consistiu em uma distribuição de aparato e equipamento por entre as nações aliadas que não estavam muito bem equipadas para a guerra. Porém a classe G não foi a única classe de submarinos dada ao Brasil.

Também houveram os "Caça-Pau", da classe J, que eram navios menos bem equipados e mais leves. Eram pertencentes a classe SC-497, também dos EUA. Seu armamento era uma mistura das metralhadoras Oerlikon com o canhão de 3" de proa, em conjunto com cargas de profundidade K e o lança bombas "Mousetrap" na proa. O serviço nesse navio era marcado por condições precárias, com a comida sendo majoritariamente enlatada, as guarnições respirando os gases do escape do motor o tempo inteiro e o som insuportável do sonar apelidado de "araponga", ativo dia e noite. 

Os "Caça-Ferro", a já citada Classe G eram navios maiores e mais modernos. Equipados tanto com sonares aprimorados quanto com um radar. A vida a bordo desses navios durante as escoltas da Segunda Guerra era igualmente precária, com os tripulantes descrevendo as missões como sem muitos acontecimentos e que, a verdadeira vitória estava no cumprimento dessas missões, com as chegadas dos navios mercantes nos portos, a salvo.
Os tripulantes deviam ser muito bem disciplinados e fortes, para que pudessem cumprir as ordens do posto de combate a tempo, assim que o comandante indicasse. Ao soar da buzina, os tripulantes saiam de seus aposentos para equipar-se com coletes salva-vidas e capacete, fechar portas-estanque, resguardar os canhões e armamentos e dispostos para a operação de aparelhos de reconhecimento e comunicação, tudo isso em segundos.
A classe G, na marinha do Brasil, era armada com um canhão de proa 3" (76mm), com duas metralhadoras Oerlikon de 20mm e um canhão Bofors 40mm a meia-nau, acima da ponte. Era também equipado com duas calhas para cargas de profundidade na popa, dois lança foguetes de doze calhas cada um na proa e dois morteiros K de cargas de profundidade. Para reconhecimento e escaneamento, o navio era equipado com um moderno sonar de casco e radares de superfície do tipo SL ou SF. 

Referências bibliográficas

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